11 janeiro 2006

Humor e corrupção - Parte II

Estamos, novamente, em época de campanha eleitoral. Ainda de ressaca das autárquicas e do grande fiasco em que estas se tornaram e já estamos novamente a “levar” com o maldito tempo de antena. E como se este não bastasse, ainda levamos a dose dupla nos telejornais.
Tendências à parte, a verdade é que toda a gente já começa a ficar farta desta merda!
Mas não me quero estar a repetir porque, sobre esta palhaçada, já falei num outro circo.
Queria-me expressar duma forma directa a que já estão acostumados, mas sem cair no fascismo. Mas a verdade é que não consigo dizer isto de uma forma mais ortodoxa.
1... 2... 3... O SUFRÁGIO UNIVERSAL É INCORRECTO!
Uffa... já disse.
Eu explico melhor para não ferir susceptibilidades.
O que é que o Zé Povinho percebe de política para meter alguem a governa-los? Quem é o estúpido que vota noutro, ainda mais estúpido, que já la esteve e não fez rigorosamente nada de bom? Quem é o otário que vota num autocrata que esteve no poleiro e que em 1994 despediu milhares de funcionários públicos para, logo a seguir, meter lá outros tantos? Num país em que os atrasados mentais votam e que os analfabetos não escrevem mas sabem fazer uma cruz (e lembrem-se que ainda são 10%), um país onde no interior quem decide são os padres que “enfiam” mãos em cabeças de irmãos e manipulam opiniões e decisões, neste país em que não tenho prazer de cá estar, num país que so me faz cantar o hino nos jogos da Selecção Nacional... neste país, toda a gente vota mas ninguém sabe muito bem porquê. Basta darem um almoço de frango assado com batatas fritas Titi a um bando de passa-fome, porem a Ruta Marlene em trajes menores a cantar o pisca pisca e dizer um conjunto de frases incompreensíveis e incoerentes, e já todo o pobretana vai votar no “sr. dr.”. É de admirar também que os excluidos da sociedade em galinheiros a que dão o nome de bairros sociais, também já votam no “sr.dr.” de direita. Será que ainda ninguém percebeu que o sr. Cavacas das Caldas (estas com bem mais categoria do que ele, e sem ofensa aos habitantes de tão simpática região do país) faz política que só serve os interesses dos grandes grupos económicos? Anyway...
Mas eu não digo só mal, porque isso toda a gente consegue, eu também ofereço soluções. Proponho o seguinte anúncio no jornal (secção das ofertas nos classificados):

CARGO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE PORTUGAL
(Aceita-se qualquer tipo de nacionalidade, idade ou profissão)
Bem remunerado, com direito a carro topo de gama, férias pagas num destino à escolha e despesas de representação.
Para se candidatar à vaga, basta enviar o seu Curriculum Vitae para:
tacho@republicadasbananas.pt

Não era bem mais fácil? Podia ser que algum suicida alemão ou de um outro país desenvolvido viesse para cá e metesse mão nisto, porque os que cá estão, meus amigos, nem elegerem conseguem, quanto mais exercer.